terça-feira, 26 de junho de 2012

Bruno e A Questão Religiosa

Sampaio Bruno

"(...) situo o volume de Bruno sobre A Questão Religiosa, surgido na fase amadurecida do combate iniciado em 1872, no Diário da Tarde, e prosseguido na Análise da Crença Cristã, de 1874. Homem que não dissociava o pensamento da acção, tinha no entanto a humildade e a lucidez para arrepiar caminho quando tomava consciência de ter errado, como foi o caso daquele livro juvenil – “má coisa” lhe chamou –, assim como de outras páginas, escritas sob a emoção dos acontecimentos, por quem não era o frio jornalista profissional, mas, como confessou, um sectário das suas convicções. Aliás, o ambiente social era propício ao exacerbar de atitudes, ao romper de laços, numa generalizada conflitualidade, onde era assaz difícil definir campos estáveis.
Compreende-se, assim, que, não obstante as contundentes afirmações feitas acerca da Igreja, de alguns dos seus representantes ou atitudes, José Pereira de Sampaio contasse entre os amigos vários sacerdotes de valor. Entre eles o P.e José Agostinho de Oliveira, polígrafo hoje pouco lembrado, cuja poesia mereceu os elogios do lusófilo Philéas Lebesgue e que, entre muitos outros trabalhos, redigiu os dois volumes complementares da tradução portuguesa da História de Portugal, de Henrique Schaffer, projecto acarinhado, mas não levado a cabo por Bruno. Ainda em vida do filósofo, José Agostinho publicou o primeiro estudo autónomo acerca do seu pensamento, já então definido nas suas linhas mestras. (...)"

Joaquim Domingues
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