segunda-feira, 19 de abril de 2010

António Quadros sobre...

A Torre de Barbela de Ruben A.

"[...] Se o romance Caranguejo (1954), escrito ao contrário, de diante para trás, com uma atmosfera kafkiana, permanece um dos marcos principais da nossa mais inovadora novelística dos últimos 35 anos, e se os três volumes de O Mundo à Minha Procura (1964-1968) contituiem paradigma da autobiografia primordial, em que o eu-omphalos, o eu-umbigo do mundo, é o herói de um mito solar em desagregação, oscilando entre a auto-ironia crítica, a saudosa elegia dos paraísos perdidos e a secreta, silenciada esperança numa regeneração do cosmos em sua volta. A Torre de Barbela, um dos romances mais originais que entre nós foram escritos, é a obra prima, escrevemos no In Memoriam, de um Ruben minhoto enxertado de surrealista metafísico e de comediógrado à Ionesco. [...]"

António Quadros
Estruturas simbólica do imaginário na literatura portuguesa
Átrio, 1992, p.185

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